segunda-feira, 14 de maio de 2012

"Além, porém aqui"


   Bom dia Amiga.
   Bem, espero que vc ainda confira seus e-mails. Por vezes tenho a impressão de que sou a única que ainda usa isso. Fazer o que? Existem traumas da faculdade que persistem por vidas a fio.
   Pois bem. Hoje li uma crônica que falava sobre os blogs que a alguns anos eram uma forma de expressão juvenil silenciosa mas de grande alcance. Lembrei-me do nosso blog e reli alguns textos.
   Um deles me chamou mais atenção: “Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação...” lembra-se? Foi você quem escreveu a um bom tempo.
   O que me impressiona, é como naquela época, tínhamos absoluta certeza do que éramos, do que deveríamos ser e do que esperávamos da vida. Ao olhar pra trás, tenho a sensação dessas certezas já tão concretizadas. Mas como era difícil conviver com isso. Aceitar isso. Tantas pessoas até hoje buscam o que já tínhamos a tanto tempo... E como tantas vezes queríamos simplesmente não ter, pra não sentir.
Mas, ao menos, não demorou muito pra que tivéssemos a resposta pra uma das questões que foram levantadas nesse texto, em conversas, em crises, em orações... Vale a pena ser assim? O SIM já estava lá, só não amenizava nossas angústias e conflitos.
   Como dizia o Fernando, “difícil mesmo é ser”, e como tivemos dificuldade em viver de acordo com nós mesmos, “sendo essência e muito mais”, de forma descomplicada, sabendo que a simplicidade é as vezes tão complicada quando a felicidade. Estar “Além, porem aqui” teve custos. Mas foi um preço tão baixo perto das conquistas que tivemos. 
   Ter “aturado o tom de vil alegoria”, que nos colocava em contato com a ideia ilusória de que, talvez, fazer parte e cultivar aquela euforia fugaz e efêmera que tantos pregavam, trazia conflitos; e nos fazia pensar que aqueles que ligavam o F** tinham uma vida tão mais tranqüila. 
   Mas não, amiga, hoje a gente vê que não valia a pena. Que a nossa simplicidade complicada foi necessária pra, por exemplo, estarmos aqui planejando nossa viagem. Ou discutindo sempre que nos encontramos nossas conquistas profissionais; ou aumentando nossa família afetiva.
   Em relação a nossa viagem, a Tainha disse que já está fazendo o roteiro. Amanhã ela chega do Egito (e eu espero que ela traga presentes).
   E meu afilhado lindo? Como está? Tô com tanta saudade. 
   Abraços,
   Lala

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