segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Minhas silenciosas palavras


Gostaria que eu soubesse como traduzir em palavras todos os sentimentos que brotam profusamente de Minh ‘alma.
Poder transformar uma angústia em várias letras juntas formando conjuntos de símbolos que se lidos num prisma correto faria com que tudo num instante de magnânima revelação fizesse sentido.
Em outra esfera cósmica minhas palavras cativam.
São tantos outros bons tradutores de palavras que a concorrência desleal quase me fez desistir de escrever, mas quem sabe não seja esse pequeno rompante de insanidade pura aliada a uma vontade enorme de tocar sua alma que não te faça perceber que eu não sei falar, mas que tento desmesuradamente juntar em versos a elucidação de mim.
Esses trechos voarão com o vento frio que entra pela brecha da janela e serão entregues ao mundo, juntando-se a todos os outros gritos e preces que foram lançados ao pálio celeste.
Não sei se alguém em algum lugar os escutará, mas eu os escuto.

Tudo o que recebo de volta são os ecos tristes de um lugar vazio.





Tainha :)

Não dito que aprisiona

O segredo dos seus olhos é surpreendente, te desconcertar nos últimos minutos quando você pensa que nada poderia ser mais mobilizador que a cena de abuso logo no início. O deslumbre das prisões que o silêncio cria, incita a reflexão do poder que as palavras possuem para influenciar, aprisionar, amordaçar, mas também libertar vidas. Várias vidas, cada qual a seu modo influenciadas pelas consequências do que não foi dito e da necessidade de se ouvir. O cara amordaçado por sentimentos que o inundam de impotência, muito bem representado pelo bilhete que traduz o que sente “TEMO”; passo importante para libertá-lo quando consegue acrescentar a letra "A" no meio do seu bilhete. Outra vida presa na ânsia do ouvir o que nunca foi dito. E a súplica catatônica: “se ele ao menos falasse comigo” que cela a prisão de existências amordaçadas pelo silêncio.