sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Como são engraçadas essas coisas da vida...
Fazem dias que eu tô pensando
"Poxa, faz tempo que ninguém publica nem visita o blog, vou lá tirar umas teias de aranha"
Chego aqui e encontro duas novas postagens, que traduzem exatamente o que eu andei pensando...
Faz tempo que eu não visito, só penso.
Pensar é muito bom, mas tudo em excesso faz mal.
Excessos trazem desequilíbrios. Se sobra aqui, falta alí.
A gente busca a calma, busca a calma na pressa.
Quer estudar logo, trabalhar logo, ganhar dinheiro logo, pra ficar tranquilo logo.
Deixa de gastar, pra ter mais dinheiro pra gastar.
Quero resolver logo, sossegar logo, me acalmar logo
Quero me livrar de tudo que me incomoda, quero paz.
Logo. Meu coração está com pressa.
Está com tanta pressa, que me impede de ver que Brasília está ficando verde de novo.

Me impede de ligar pra quem me faz falta.


Mas não com tanta pressa, ela ainda não está amarela de novo.




Nem tanta pressa, tenho créditos no celular.





Quero férias, quero matar saudades.







Hoje a lua está cheia.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O que a vida oferece - Martha Medeiros

"Conversando outro dia com um senhor saudosista, ele me contou que quando sua filha tinha uns 10 anos de idade, ele costumava pegá-la pela mão e propunha: Vamos dar uma volta na rua pra ver o que a vida oferece. 

Tanta gente aí esperando ansiosamente para ver o que a vida oferece, só que não sai de casa, e quando sai, não tem o olhar curioso nem o espírito aberto para receber o que ela traz.

Infelizmente, já não caminhamos pela rua, a não ser num ritmo acelerado, com trajeto definido e com o intuito de queimar calorias. Marchamos rumo a um melhor condicionamento físico, o que é um belo hábito, mas flanar, não flanamos mais. Não passeamos. As ruas estão esburacadas, há muitas ladeiras, o trânsito é barulhento e selvagem, compreende-se. Mesmo assim, a despeito de todos os inconvenientes, é preciso dar uma chance à vida, colocando-nos à disposição para que ela nos surpreenda. 

Ao sair sem pressa, paramos numa banca de revistas e descobrimos uma nova publicação. Dizemos bom dia para o jornaleiro e ele, gentil, nos troca uma nota de valor alto. Na calçada, encontramos um velho amigo. Ou um artista famoso. Ou alguém que sempre nos prejudicou e hoje está mais prejudicado do que nós, bem feito. 

Na rua, pegamos sol. Paramos para tomar um suco de maracujá com maçã. Flertamos. Um novo amor pode surgir de uma caminhada tranquila numa rua qualquer. E uma nova proposta de trabalho pode surgir de um esbarrão num ex-colega: estava mesmo pensando em te procurar, cara! Se continuasse apenas pensando, nada aconteceria. 

Na rua, o jeito de se vestir de uma moça inspira a gente a resgatar uma jaqueta que não usávamos mais. Bate de novo a vontade de ter um cachorro. Descobrimos que é hora de marcar um exame minucioso no joelho direito, por que ele incomoda tanto? 

Encontramos umas amigas num bistrô e paramos um instantinho para conversar, e então ficamos sabendo de uma exposição que não se pode perder. Passamos por uma livraria e damos mais uma namoradinha num livro que nos seduz. Ajudamos uma senhora que está saindo com várias sacolas de um supermercado, não custa dar uma mão. Aceitamos o folheto entregue por um garoto na esquina, anunciando uma cartomante que promete trazer seu amor de volta em 3 dias. 

Você joga o folheto no lixo, e não no meio-fio. Você compra flores para sua casa. Você observa a fachada antiga de um prédio e resolve voltar ali com uma máquina fotográfica. Você entra numa igreja, não fazia isso há anos. Reencontra um ex-namorado que passa de carro e lhe oferece uma carona. Você nem tinha percebido como havia caminhado e como estava longe de casa. Aceita a carona. Um novo amor não surgiu, mas seu antigo amor foi resgatado em menos de 3 dias, nem precisou de cartomante. 

Pode nada disso acontecer, óbvio. Mas sem dar uma chance à vida é que não acontece mesmo."

Martha Medeiros

terça-feira, 11 de setembro de 2012


Quais são os meus excessos? Em que devo ponderar?

     Ultimamente essas perguntas me fazem companhia. Sério, dizem por ai que questionar é bom, que inquietação gera crescimento, blá blá blá, todo mundo ouve isso. Espero confirmar isso um dia, porque cansa. Pensar cansa. Se pensar incomoda.
     Então, pensei de mais pra escrever essa postagem e já cansei.